Comunicação social, jornalismo e a revolução dos blogs

Fernando Moraes Acesso Livre

Por: Fernando Moraes

Sou jornalista e relações públicas. Mas antes disso, sou um comunicador social e tenho de entender as mudanças pelas quais nossa área passa constantemente. Quando se trabalha com publicidade, preconceitos e brigas de ego devem ficar em segundo plano. É preciso entender que, se você tem uma mensagem a ser transmitida, deve lançar mão dos canais que seu público tem acesso, independentemente se são tradicionais ou não.

Digo isso porque já vi colegas desdenhando de blogueiros como se estes fossem profissionais de segunda categoria. Também vi uma jovem sofrendo preconceito ao dizer ao pai que queria ser Youtuber. “Essa aqui está no caminho, vai ser bióloga; já essa outra, não se encontrou ainda”, disse, comparando duas filhas.

Também vejo muito preconceito na rede em relação à geração conectada. Outro dia vi uma tirinha com muito engajamento que dizia que a tecnologia da informação é responsável por uma geração de idiotas. Oi?

Pense que no Brasil, há alguns anos, nove famílias eram responsáveis por quase toda informação que você recebia e isso formava a opinião pública. Marinhos, Frias, Abravanel, Civita, Mesquita e por aí vai…

no meu tempo

Hoje, um blogueiro ou youtuber pode ter mais audiência que essa turma toda. Nem tudo tem qualidade ou é confiável, mas quem diz que na mídia tradicional tudo é conteúdo útil e verídico?

Há jornalistas e outros comunicadores sociais exercendo sua profissão de maneira independente, falando o que não tinham liberdade para falar na mídia tradicional. Por serem donos do próprio canal, o compromisso passa a ser com o público e não com a linha editorial da família, com o editor, com o anunciante que banca a empresa. Eu, por exemplo, já começo meu dia lendo o blog do Sakamoto.

Demorei para perceber, mas, na Acesso Livre, sou blogueiro, sou social media, sou youtuber. Faz muito tempo que não desenvolvemos um projeto que não envolva algumas destas frentes. Assessoria de Imprensa de forma tradicional, como fazia no começo da carreira, nunca mais fiz. O mercado mudou.

Assim sendo, se você é um hater de youtubers, blogueiros e afins, é bom entender algumas coisinhas:

A tecnologia mudou o mundo para melhor

Hoje mais pessoas têm acesso à informação e as fontes são plurais. Se não fosse alguém ter descoberto como dominar o fogo e transmitido este conhecimento adiante, poderíamos estar vivendo ainda como nossos ancestrais. Seu inimigo não é a tecnologia, mas quem detém o monopólio da informação e faz você engolir toda informação sem questionar.

No vídeo acima, a tecnologia é colocada erroneamente como a vilã da nossa civilização.

Credibilidade e parcialidade não são problemas de hoje

Muitos questionam a falta de credibilidade ou de imparcialidade de alguns blogueiros e youtubers. Mas isso não é um problema de agora. Dê um Google e veja quantos peixes grandes da comunicação manipularam as informações durante o Golpe Militar de 64 no Brasil, promovendo o sistema cruel e escondendo informações sobre as atrocidades cometidas. O público foi tão enganado que parte dele, até hoje, acha que ela foi positiva para o Brasil.

Traga os influenciadores para o seu time

Se você tem uma empresa e ainda torce o nariz para blogueiros, youtubers, instagramers e afins, saiba que eles podem fazer parte de sua estratégia de comunicação e de marketing. O assunto é tão sério que existem até prêmios  para a categoria influenciadores. Quer saber mais sobre o poder dos influenciadores para o seu negócio, leia o conteúdo.

Pare de brigar, lute junto!

A meu ver, não existe nós e eles. Se você é profissional da comunicação, pare de ficar apenas criticando e entenda o trabalho deles, a maneira como conquistaram sua audiência, como engajam seu público e, principalmente, como monetizam esta audiência. Quem sabe o próximo youtuber de sucesso não pode ser você?

 

Fernando Moraes

Jornalista, especialista em comunicação empresarial.

Diretor da Acesso Livre Comunicação

Professor do Curso de MBA na área de Marketing de Conteúdo da Universidade de Sorocaba.

Blogueiro sim e vou vivendo 🙂

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