A ação da prefeitura de Curitiba nas redes sociais tinha tudo para revolucionar a forma com que as instituições se comunicam com seu público de interesse. Mas, pelo que se vê de maneira geral, ainda é uma exceção entre as organizações.
Idealizada pela equipe do premiadíssimo Marcos Giovanella, a página conseguiu fazer com que o canal de uma prefeitura fosse um dos principais veículos de comunicação da cidade, com um grau de engajamento da população muito significativo.
Mas, prefeituras, associações comerciais, sindicatos, ONGs – talvez por desconhecimento – não levam em conta estratégias de comunicação eficientes e ficam presas a modelos ultrapassados.
Torre de babel
Não importa se é em uma associação comercial de uma cidade pequena ou uma grande instituição regional. De maneira geral, eles não estão falando a mesma língua dos seus associados e por isso é necessária e urgente uma evolução na maneira de se comunicar.
Enquanto associações investem apenas em newsletters ou informativos dirigidos, os associados estão resolvendo seus problemas criando grupos no Facebook, sem precisar do intermédio da instituição, fazendo com que ela seja cada vez mais ineficaz.
Ah, mas nós temos site e nossa página no facebook, pode justificar um diretor. Mas, uma página bonita não quer dizer nada, se não for eficiente. Por isso a necessidade de profissionais altamente qualificados para atuar na comunicação. Ela deve ser encarada de maneira estratégia, por sinal, não operacional.
Coadjuvantes na comunicação
Da mesma forma, prefeituras ainda têm dificuldade de falar com seus cidadãos – como já abordamos aqui -, abrindo mão de ser porta voz de seus atos para ser apenas coadjuvante nesta comunicação, muitas vezes apagando incêndios quando o patrimônio – a imagem – já foi completamente destruído.
O Anunciante sumiu
E isso vale também para veículos de comunicação impressos de pequenas e médias cidades, que estão perdendo anunciantes, porque os empreendedores descobriram formas mais baratas e eficazes de expor sua marca e vender seu produto.
Muitas empresas que oferecem serviço em domicílio, pizzarias delivery, farmácias que levam o produto até a casa do cliente, pequenos e microempreendedores que estão investindo em e-commerce. Eles precisam cada vez menos da intermediária, da mídia. Fazem o trabalho de posicionamento da marca utilizando as redes sociais e ainda vendem e combinam a entrega pelo Whatsapp, como também já abordamos.
Passou da hora de mudar
Prefeituras, associações e outras entidades precisam entender que a forma de se comunicar com a sociedade mudou e o espaço para o tradicional fica menor a cada dia. Ou mudam ou pregarão no deserto para sempre. Quanto os meios de comunicação, o buraco é mais embaixo, pois dependem de anunciantes que, por entenderem a nova realidade pós-digital, não precisam mais deles.